“Mas o poeta quer sobreviver.
E recomeça, eterno,
A invenção da utopia.”
(Anderson Braga Horta)
E recomeça, eterno,
A invenção da utopia.”
(Anderson Braga Horta)
A esperança de ver o mundo modificado, com maior valorização das relações humanas e o olhar direcionado para a cultura é o que parece mover algumas pessoas. Talvez elas sejam poucas, mas são essenciais na construção de uma nova história, com novos paradigmas, gerando uma força contagiante ao seu redor. É assim que percebo as ações que estão sendo desenvolvidas através de alguns projetos em andamento na Região dos Lagos, como o da Casa da Poesia, em Arraial do Cabo. Com amplo apoio do empresário Paulo Ribeiro e sua esposa Maria Luisa Barreto, o pequeno espaço sediou nos dias 7 e 8 de maio um evento sobre literatura de cordel que deve ficar marcado no coração e mente de muita gente.
Sob a coordenação de Fernanda Machado, o evento foi aberto na noite do dia 7 como uma confraternização de cultura popular. Com decoração temática, a Casa da Poesia serviu de cenário para performances do ator e cordelista pernambucano Edmilson Santini, do jovem ator Diego Sá, e dos músicos Junior Carriço e Pavão da Gaita, além de outros artistas que se somaram ao grupo, numa celebração à vida e à arte, sob o manto sereno de um flamboyant que complementa a paisagem do local. Também houve espaço para a reflexão acadêmica, com o escritor Wilnes Martins fazendo uma abordagem sobre a história da literatura de cordel, e o professor João Moreno abrindo um leque de múltiplas leituras sobre o poeta e pescador Cecílio Barros Pessoa, tema de sua dissertação de mestrado. A “celebração” teve continuidade no sábado pela manhã na feira livre do município, onde Santini expôs sua obra e apresentou o rico e variado repertório cordelista para o povo local. E na noite do dia 8, o evento foi encerrado com a exibição do filme “Patativa do Assaré”.
A simplicidade dos versos dos cordéis revela a riqueza da cultura popular. Através de um sistema habilmente estruturado de rima, métrica e oração — como tão bem frisou Edmilson Santini durante o evento —, os poemas ganham uma função social plenamente integrada ao seu meio. O cordelista pernambucano, vestido a caráter como um colorido trovador de outros tempos, inserido em nosso contexto pós-moderno, ressaltou a importância do verso popular na formação cultural dos jovens. “A literatura de cordel pode ser uma excelente ferramenta também na educação”, disse, fazendo referência ao projeto que desenvolve em escolas no Rio de Janeiro, onde são realizadas oficinas de criação de cordel.
O evento realizado pela Casa da Poesia mostra que ainda há espaço para sermos sublimes, para cultivarmos a beleza e respeitarmos as muitas raízes que sustentam a cultura popular nas pequenas cidades do país.
Fotos do evento: CLIQUE AQUI.
Camilo Mota é poeta e jornalista, editor do Jornal Poiésis (www.jornalpoiesis.com)
Muito legal o que faz o casal em Arrail do Cabo, parabens Camilo pela cobertura e divulgação, que alias falta e muito...gostaria de deixar aqui nosso convite para o 2º Encontro Estadual Cultural e Artistico em Araruama dia 29 de maio a partir de 08:00 horas até as 18:00.
ResponderExcluirA Casa da Poesia agradece o apoio e atenção.
ResponderExcluirTomei a liberdade de publicar no blog da Casa, esse seu artigo.
www.umacasadapoesia.blogspot.com
Aproveito a oportunidade para lembrar que no dia 8 de junho a Casa completa 4 anos.
Abraço
Viva a poesia !