Ao
ser empossado na Cadeira nº 5 da Academia Araruamense de Letras e na
vice-presidência deste sodalício, gostaria de prestar homenagem ao patrono
desta cadeira, o escritor João Guimarães Rosa, que nesta data, 27 de junho,
estaria comemorando 107 anos de nascimento, citando uma passagem de seus
escritos:
"Quando escrevo, repito o que já vivi antes.
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo
vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser
um crocodilo porque amo os grandes rios,
pois são profundos como a alma de um homem.
Na superfície são muito vivazes e claros,
mas nas profundezas são tranqüilos e escuros
como o sofrimento dos homens."
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo
vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser
um crocodilo porque amo os grandes rios,
pois são profundos como a alma de um homem.
Na superfície são muito vivazes e claros,
mas nas profundezas são tranqüilos e escuros
como o sofrimento dos homens."
Esse
texto é importante para que possamos refletir sobre nós mesmos. E a literatura
tem esse caráter libertador: ela nos revela muitas vezes quem nós somos
verdadeiramente. Nós que escrevemos temos isso: uma convivência constante com a
alegria e o sofrimento. E é da convivência desses contrários que nasce toda
obra. Assim também a vida de nós todos. Quando aprendemos a lidar com os maus e
os bons momentos, crescemos em todos os campos: no individual, no social, no
espiritual.
Fazer
parte de uma Academia não é apenas um título, um rótulo, mas a oportunidade que
temos de desenvolver alguns princípios tão caros hoje em nossa sociedade: a
solidariedade, a sensibilidade, a fraternidade... e muitas outras “idades” que
são inerentes ao ser humano e que precisam ser cultivadas.
Agradeço
aos confrades e aos membros fundadores por esta oportunidade. Aos meus pais que
me legaram não só o caminho da educação e dos estudos, mas sobretudo o
conhecimento prático sobre o amor. A Deus, que é mais meu amigo do que eu sou
de mim mesmo. E dentro deste espírito de união que deve estar presente não só
na Academia, mas em todo lugar onde os homens se reúnam para discutir seus
destinos, encerro citando uma frase de Bahá’u’lláh que deve servir de
inspiração nesses tempos em que assistimos a tantas demonstrações de violência,
desrespeito e intolerância: “A terra é um só país, e os seres humanos seus
cidadãos”.
DEIXAREI RÁPIDAS PALAVRAS, MAS VOLTO A COMENTAR MAS AMIUDAMENTE, PORQUE SUA PESSOA , TEM MUITO CONTEÚDO PROFISSIONAL PARA SER EXPRESSO, TAMBÉM COMO AMIGO!
ResponderExcluirPARABÉNS, SEU DISCURSO FOI TÃO REAL, QUE SE BROTOU LÁGRIMAS !
NICE VENTURA- COMENDADORA ...ARTISTA PLÁSTICA