domingo, 28 de junho de 2015

Discurso de Posse na AARALETRAS

Ao ser empossado na Cadeira nº 5 da Academia Araruamense de Letras e na vice-presidência deste sodalício, gostaria de prestar homenagem ao patrono desta cadeira, o escritor João Guimarães Rosa, que nesta data, 27 de junho, estaria comemorando 107 anos de nascimento, citando uma passagem de seus escritos:

"Quando escrevo, repito o que já vivi antes.
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo
vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser
um crocodilo porque amo os grandes rios,
pois são profundos como a alma de um homem.
Na superfície são muito vivazes e claros,
mas nas profundezas são tranqüilos e escuros
como o sofrimento dos homens."

Esse texto é importante para que possamos refletir sobre nós mesmos. E a literatura tem esse caráter libertador: ela nos revela muitas vezes quem nós somos verdadeiramente. Nós que escrevemos temos isso: uma convivência constante com a alegria e o sofrimento. E é da convivência desses contrários que nasce toda obra. Assim também a vida de nós todos. Quando aprendemos a lidar com os maus e os bons momentos, crescemos em todos os campos: no individual, no social, no espiritual.

Fazer parte de uma Academia não é apenas um título, um rótulo, mas a oportunidade que temos de desenvolver alguns princípios tão caros hoje em nossa sociedade: a solidariedade, a sensibilidade, a fraternidade... e muitas outras “idades” que são inerentes ao ser humano e que precisam ser cultivadas.


Agradeço aos confrades e aos membros fundadores por esta oportunidade. Aos meus pais que me legaram não só o caminho da educação e dos estudos, mas sobretudo o conhecimento prático sobre o amor. A Deus, que é mais meu amigo do que eu sou de mim mesmo. E dentro deste espírito de união que deve estar presente não só na Academia, mas em todo lugar onde os homens se reúnam para discutir seus destinos, encerro citando uma frase de Bahá’u’lláh que deve servir de inspiração nesses tempos em que assistimos a tantas demonstrações de violência, desrespeito e intolerância: “A terra é um só país, e os seres humanos seus cidadãos”.

Um comentário:

  1. DEIXAREI RÁPIDAS PALAVRAS, MAS VOLTO A COMENTAR MAS AMIUDAMENTE, PORQUE SUA PESSOA , TEM MUITO CONTEÚDO PROFISSIONAL PARA SER EXPRESSO, TAMBÉM COMO AMIGO!
    PARABÉNS, SEU DISCURSO FOI TÃO REAL, QUE SE BROTOU LÁGRIMAS !
    NICE VENTURA- COMENDADORA ...ARTISTA PLÁSTICA

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