quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Projeto leva esporte e educação para a Chatuba



Manhã de domingo. Em torno do campinho de futebol no bairro Chatuba, em Saquarema, crianças, jovens, adultos, famílias inteiras vibram. Está acontecendo o 1º Torneio dos Amiguinhos do Ciri, um projeto de cunho social, que envolve esporte, educação e cidadania, com ações voluntárias de moradores locais. Mas que “Ciri” é esse que rompe aparentes regras gramaticais para se tornar um exemplo de trabalho em que a esperança conduz ao crescimento coletivo de uma comunidade?

Completando um ano de funcionamento em outubro, a iniciativa partiu da ideia de que era preciso tirar as crianças da ociosidade, oferecendo-lhes uma opção esportiva a partir do uso do campinho do bairro. Foi quando Ciríaco Nazareth, conhecido na comunidade como Ciri, convidou as primeiras crianças para formarem um time de futebol. Além das regras próprias do esporte, os participantes foram aos poucos compreendendo que a prática era um ato coletivo, em que todos tinham sua função e deveriam respeitar-se mutuamente. Uma lição de cidadania cotidiana, que também recebia reforço de palestras e outras atividades que no começo eram realizadas na garagem da casa de Ciri e sua filha, Magna Andrade, que coordena o projeto. “Quem participa tem que ser amigo do próximo, tem que ser solidário, tem que estar unido”, informa Magna, que é professora em duas escolas no município e está trazendo sua experiência para uma forma de voluntariado que dá mostras da importância de se trabalhar em favor do bem social, sem fins políticos numa cidade que carece de atividades esportivas e culturais organizadas em sua periferia. Atualmente, já foram formados três times, que participam de várias competições amadoras no município, inclusive conquistando títulos.

O “Amiguinhos do Ciri”, que já atende cerca de 40 crianças, está ganhando agora mais um grande reforço com a inauguração da Associação Maria da Gloria Costa Israel, numa casa cedida por um morador local, na rua Piauí, 19. Ali serão oferecidas atividades extras, como aulas de dança do ventre, capoeira, biblioteca, salas de aula para reforço escolar e alfabetização de adultos, entre outras muitas possibilidades que poderão vir a ser acrescidas a partir do trabalho de voluntários que venham somar com o grupo. Uma sala para atendimento médico também foi montada principalmente para atender aos casos de crianças com problemas de desnutrição, e que precisam de acompanhamento e orientação adequada.

[Texto publicado no Jornal Poiésis, edição nº 175, outubro de 2010. CLIQUE AQUI para acessar a versão digital da publicação.]

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